O caminho para a formação de qualquer profissional de saúde é complexo. A formação envolve anos de estudo e aperfeiçoamento, porém a falta de habilidades empreendedoras básicas para tracionar a carreira é um problema comum. Quais são os principais fatores que contribuem para isso? Como evitar esse problema? Quais são as dicas essenciais para tracionar a carreira no mercado de saúde?
Gostaríamos de compartilhar com vocês a nossa opinião e deixar registrado que esse conteúdo é fruto da nossa experiência profissional na Medicina. Fiquem a vontade para opinar, compartilhar ideias e acrescentar o que acharem interessante para esse tema, somos todos profissionais de saúde. Então, vamos lá.
Atualmente, quais são os principais fatores que dificultam a tração na carreira do profissional de saúde?
A resposta é complexa e multifatorial. Na graduação, o momento geralmente é de muito estudo, amizade e momentos simbólicos que guardamos com carinho para a vida toda.
Porém, o conteúdo dos cursos de formação em saúde são voltados quase que exclusivamente para o tecnicismo e assistencialismo ao paciente. São matérias que vão desde anatomia básica até semiologia, cirurgia e cadeiras afins relacionadas com as particularidades de cada formação.
O aspecto técnico e assistencial são fundamentais, afinal é clichê afirmar que o profissional de saúde lida com a vida humana e por isso deve ser muito bem formado para atuar perante ao que temos de mais valioso.
Porém, quase nunca assuntos relacionados ao lado empreendedor da profissão são abordados durante a nossa formação. E qual é o resultado disso? Com certeza, não pode ser positivo para o profissional e para a sua carreira na saúde.
Hoje, o profissional de saúde recém-formado “da noite pro dia” (após o “sono da sabedoria” o profissional) tem que lidar com todas as facetas de um mercado de saúde cada vez mais competitivo, cartelizado, e com pacientes questionadores por terem acesso à informação através da internet.
Outro fator importante é a falta de informação relativa ao mercado da especialização escolhida. Existe uma tendência natural em escolher as especializações por modismos, relação candidato/vaga, pelo perfil desafiador e claro pelo fator primordial, a afinidade pessoal.
Os motivos são diversos e todos válidos. Porém, o problema é que geralmente não existe um olhar empreendedor, estratégico relacionado à trajetória e ao destino que se quer alcançar. O que quero dizer é que ao pensar em realizar uma especialização, o profissional de saúde deveria ponderar algumas questões para evitar esse problema.
10 perguntas para evitar esse problema e tracionar na carreira?
- Qual o nicho de mercado dentro da especialidade que imagino querer atuar?
- Qual a persona, ou como é o tipo de paciente que eu gostaria de atender no meu consultório?
- Aonde eu gostaria de trabalhar, como e qual a carga horária estou disposto a ter como rotina de dedicação ao trabalho?
- Qual é, em média, a remuneração dos profissionais que exercem essa especialização?
- O serviço que estou pretendendo cursar a minha especialização é referência no nicho de que quero atuar após formado?
- Quais são as especialidades complementares e como acontece o referenciamento de pacientes entre as mesmas?
- Quem são os profissionais referências na especialidade e no nicho de pacientes que eu gostaria de atender?
- Qual foi a trajetória desses profissionais referência e o que os torna diferenciados?
- Qual é o tamanho do mercado de pacientes que buscam esses profissionais?
- Como está a competitividade desse mercado?
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Dicas essenciais – “Princípio do Porco Espinho”
Um paralelo extraído do excelente livro empresarial de Jim Collins ” Empresas feitas para vencer”. Clássico empresarial, que propõe o “Princípio do porco espinho”. Essa teoria pode ser facilmente adaptada para explicar o que quero transmitir.
Acredito que, na maioria das vezes como aconteceu comigo, somos induzidos a escolher uma especialidade por idealismo e afinidades relacionadas a matérias cursadas durante a formação na graduação. No meu caso, sou Cirurgião Digestivo, durante a faculdade fui monitor de Anatomia, por exemplo. Lógico, que a afinidade é fundamental, mas não é tudo para atingir a excelência profissional e tracionar na carreira.
Para isso é necessário uma análise da figura a seguir “Princípio do porco espinho”:
Quer ser excelente na sua especialidade?
Você necessariamente precisa de estar na intercessão entre os três círculos. Os demais pontos de intercessão entre apenas 2 círculos simplesmente não levam a excelência.
Para ser “Top” é necessário estar na intercessão entre os três círculos:
- Fazer o que você ama
- Fazer aquilo que você acredita ter um talento natural para realizar. Uma boa dica para esse ponto é fazer uma comparação com os seus semelhantes e sinceramente avaliar qual é o seu grau de aptidão em relação a eles, “sem rodeios”.
- Fazer aquilo que paga bem. Fundamental, pois não é apenas pela questão financeira, mas você dificilmente terá acesso aos melhores materiais, equipe, cursos complementares, congressos, ou relacionamento com outros profissionais expoentes se você não tiver “budget”. Essa é a realidade nua e crua. Pense nisso, com calma.
Não existe “receita de bolo”. Cada profissional tem a sua particularidade, mas o objetivo desse texto é ponderar algumas questões sobre o momento de tracionar a carreira no mercado de saúde. Acreditamos que o profissional de saúde deve se preparar com a clareza de um modelo de negócio. Logicamente, que a área da saúde tem as suas particularidades em relação ao mercado estritamente comercial, porém a completa falta de noção desses marcos de planejamento é deletéria para a carreira do profissional de saúde.
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