Estudar o corpo humano é um grande prazer! “A máquina” é fascinante e os profissionais de saúde estão sempre determinados em fornecer o melhor de seu conhecimento para praticar a nobre arte de curar. Porém, a monetização do nosso produto (conhecimento) é, algumas vezes, equivocada ocasionando turbulências na carreira.
- Os 4 erros capitais são: formação profissional não complementar; precificação inadequada dos serviços; talentos escondidos; formação profissional para mercado de saúde restrito.
1- A formação profissional não complementar é uma realidade entre os profissionais. Frequentemente, nossos colegas de profissão possuem diversos títulos acadêmicos e especializações. Aprimorar o conhecimento é fundamental, mas em excesso e de forma incongruente pode revelar um problema. Muitas vezes, são titulações não simbióticas e que contemplam a nichos de pacientes diferentes, ou seja, públicos distintos. Por exemplo, um cirurgião que também é Médico do Trabalho e atua, de forma não complementar, nas duas especialidades. A estratégia de mercado para atuar com públicos “personas” distintas torna-se complexa e pouco atrativa do ponto de vista comercial.
2- A precificação inadequada dos serviços acompanha a sensação de desvalorização do profissional de saúde. A cultura de trabalho está, habitualmente, vinculada ao ganho financeiro obtido pela rotatividade de pacientes ou pelo valor da hora trabalhada. Os profissionais de saúde esboçam reações tímidas frente a essa realidade e, acabam por incorporá-la sem realizar questionamentos com capacidade transformadora e ativa.
Para evitar a desvalorização, o profissional de saúde precisa compreender que transmitir o “valor da experiência do atendimento” ao paciente deve ser motivo de aprimoramento contínuo. Como em qualquer tipo de venda, a mesma só ocorre quando existe uma percepção clara e equilibrada do cliente entre o preço e valor do que se deseja obter. Esse é um conceito importante que o profissional de saúde precisa estar atento para se diferenciar da concorrência, não é algo mágico e inato, é um recurso que deve ser trabalhado em diversas frentes de ação na “jornada do atendimento do paciente”.
3- Talentos escondidos: É comum, no mercado, profissionais de saúde de notável conhecimento técnico. Mas, nem sempre os mesmos obtêm retorno financeiro diferenciado. Networking escasso, resistência à adesão de novas tecnologia, comunicação ineficiente com o paciente/equipe e a falta de autoconfiança podem impedir ou dificultar que o nosso produto “conhecimento” seja oferecido ao cliente “paciente”.
4- Formação profissional para mercado restrito: Geralmente, é uma situação observada em profissionais que se aprofundaram em especializações muito específicas e que não tem a representatividade de mercado capaz de gerar o retorno financeiro esperado nas localidades em que esses profissionais atuam.
Compreender esses conceitos, durante a formação acadêmica e nas fases iniciais da carreira, pode contribuir para a definição de uma estratégia na formação profissional capaz de gerar resultados satisfatórios e evitar decepções em um segundo momento.
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