Cardiologia: o que faz, quais seus ramos, salário e diretrizes da SBC

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A importância de tratar de um tema como “o que é cardiologia” é, justamente, multiplicar boas práticas e informações de saúde a fim de impactar a população e trabalhar a prevenção e a educação sobre a saúde do coração. Sem, jamais, substituir a figura e o papel do médico.

O fato é que a Organização Mundial da Saúde (OMS) acredita que cerca de um terço das mortes por doenças sejam causadas por doenças cardiovasculares.

Tanto é que, no Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, que aconteceu em junho de 2019, o tema foi “Reduzindo a mortalidade por doenças cardiovasculares”. Por isso, trabalhar a prevenção de doenças é essencial, a partir da conscientização acerca delas.

É por esta razão, que neste artigo, iremos falar sobre o que é a Cardiologia, o que faz o Cardiologista, sua importância, as doenças cardiovasculares, entre outros pontos em torno do assunto.

O que é a Cardiologia?

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A cardiologia em si é definida como um ramo da medicina responsável por estudar, cuidar e tratar o coração e os vasos sanguíneos.

Ou seja, é uma das especialidades da medicina que cuida do coração e do sistema circulatório (veias, artérias, vasos sanguíneos). Todas as doenças que afetam estas partes do nosso organismo são tratadas pelo médico cardiologista.

Vale ressaltar que são várias as doenças que afetam pessoas de diferentes idades. Por isso, consultar um médico cardiologista e realizar exames regularmente é essencial, principalmente se você tem casos de doenças cardiovasculares na família como hipertensão e infarto, por exemplo.

O que faz o cardiologista?

O cardiologista é o especialista responsável pelo diagnóstico e tratamento das doenças cardiovasculares, ou seja, as doenças que afetam o coração e o sistema circulatório, tais como: hipertensão,  infarto agudo do miocárdio (IAM),  Arritmia cardíaca, insuficiência cardíaca, cardiopatia congênita, entre outras

Através de exames clínicos ou baseado em exames específicos dessa área, ele prescreve medicamentos e tratamentos, indica ou realiza cirurgias.

Além disso, ele também é responsável pela reabilitação de pacientes com insuficiências cardíacas e circulatórias ou por pessoas que passaram recentemente por uma cirurgia deste tipo.

Importância da Cardiologia

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Esta especialidade trata do estudo e da funcionalidade das doenças relacionadas ao coração, que é um dos órgãos mais importantes do corpo humano.

É através do sistema cardiovascular, ou sistema circulatório, que nosso sangue é bombeado e, através dos vasos sanguíneos, chega para o restante do corpo mantendo todos os outros órgãos funcionando.

O médico cardiologista atua na realização de exames clínicos, de diagnósticos, e no planejamento dos melhores tratamentos para as doenças cardiovasculares.

É válido ressaltar que qualquer pessoa, independentemente do seu estilo de vida e idade, necessita de um médico cardiologista.

Fora isso, as doenças cardiovasculares (DCV) são líderes de mortalidade no Brasil. Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), cerca de 14 milhões de brasileiros têm alguma doença no coração.

Além disso, cerca de 400 mil morrem por ano em decorrência dessas enfermidades, o que corresponde a 30% de todas as mortes no país.

São cerca de mil óbitos por dia, números que podem estar sendo agravados em função da pandemia da Covid-19, mostrando ser este um assunto de absoluta relevância.

Por isso, fazer acompanhamento com o cardiologista é fundamental para manter o seu coração firme e forte e, consequentemente, garantir que toda a sua saúde esteja em dia.

Quais os ramos da Cardiologia?

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A cardiologia é principalmente dividida em duas grandes áreas, assim como toda a medicina: a preventiva e a curativa.

Cardiologia preventiva

A cardiologia preventiva é voltada para a atenção de prevenção de doenças cardíacas ou do sistema circulatório. É importante, considerando que  as doenças do coração são uma das principais causas de morte no Brasil.

Por isso, a cardiologia preventiva trabalha exatamente com a prevenção dos problemas cardiovasculares, realizando exames de rotina, por exemplo, a fim de evitar maiores complicações e mais graves.

Todos os adultos, a partir de 18 anos de idade, mesmo que aparentemente saudáveis, deveriam consultar o cardiologista, para se orientarem, adequadamente, a respeito de seus próprios riscos cardíacos e das diversas possibilidades atuais oferecidas como tratamento preventivo.

Cardiologia curativa

Já a cardiologia curativa, como o nome já diz, tem o foco voltado para a cura e o tratamento das doenças. Sejam elas desenvolvidas com o tempo, ou congênitas.

A partir disso, é fundamentado no estudo dos sintomas das doenças para seu diagnóstico.

Assim, a cardiologia curativa acontece sempre que um paciente apresenta algum sintoma relacionado à doenças cardiovasculares. Para, então, poder diagnosticar e tratar o problema.

Quais os males que se estuda em Cardiologia?

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As doenças cardiovasculares podem ser tanto congênitas quanto desenvolvidas ao longo do tempo, das quais estas, podem ser em decorrência de hábitos pouco saudáveis, pela idade ou até mesmo por consequência de infecções.

Doenças congênitas

Estas doenças são acometidas ainda durante a gravidez, pois afeta o desenvolvimento do coração. Por esta razão, o bebê pode acabar já nascendo com alterações na função do órgão.

É possível identificar essas cardiopatias ainda no útero materno, por meio do ultrassom e do ecocardiograma. Sua intensidade pode variar entre leve e grave e seu tratamento dependerá do diagnóstico e da avaliação do cardiologista.

Hipertensão

A hipertensão é caracterizada pelo aumento da pressão arterial, o que pode influenciar no bom funcionamento do coração.

Pode ser causada por fatores genéticos, obesidade, sedentarismo e consumo excessivo de sal e bebidas alcoólicas, além de poder acontecer por conta de diabetes ou doenças renais, por exemplo.

A hipertensão costuma ser uma doença silenciosa, embora alguns sintomas possam ser notados com o decorrer do tempo, como dores no peito e cabeça, tonturas e zumbidos no ouvido.

Por isso, caso suspeite de pressão alta procure um médico para avaliação, diagnóstico e início do tratamento. Quanto antes identificar a hipertensão, melhor! Entre os tratamentos recomendados está o uso de medicamentos, além de uma dieta pobre em sal.

Insuficiência cardíaca

A insuficiência cardíaca se refere à dificuldade de bombeamento do sangue para o corpo. Estima-se que cerca de 3 milhões de brasileiros sofram com esta doença. É um problema muito comum, inclusive, em pessoas que já sofrem de hipertensão.

Entre os principais sintomas temos a falta de ar e inchaço nas pernas. Alguns exames para o diagnóstico da doença são eletrocardiograma, radiografia do tórax e o ecocardiograma.

O tratamento começa pela causa, por exemplo busca-se tratar a pressão alta que é o principal fator de risco para o problema e, em caso de uma doença isquêmica (causada pelo estreitamento das artérias do coração), pode-se pensar em alternativas cirúrgicas.

Se não houver o tratamento da causa, é tratado o quadro de insuficiência cardíaca, onde o paciente é orientado a fazer mudanças no seu estilo de vida – alimentação balanceada sem muito sal e pouco líquido, exercícios e não uso de alguns medicamentos – salvo apenas os indicados para tratamento da doença.

Infarto

O infarto acontece quando há uma falha na passagem de sangue para o coração. Geralmente ocorre pela obstrução de artérias do órgão por placas de gordura – em decorrência do acúmulo de colesterol “ruim” ao longo dos anos.

Todo mundo associa o infarto à dor no peito, por ser o principal sintoma do problema, mas nem sempre é o único. Afinal, há uma série de problemas que podem aparecer dias, semanas ou até meses antes do infarto acontecer.

Um formigamento no braço, uma falta de ar, náusea, palidez, suor frio e até uma dor nas costas podem ser sinais.

Na dúvida ou em caso de um suposto infarto, procure ajuda médica o mais rápido possível para uma investigação e início do tratamento.

Lembre-se que fazer um check-up cardiológico anualmente a partir dos 40 anos é essencial para evitar este tipo de problema – especialmente se você já tiver algum fator de risco como diabetes ou pressão alta.

Vale ressaltar que o indivíduo que sofreu um infarto precisa fazer mudanças em seu estilo de vida a partir de então e não deixar de seguir as recomendações médicas.

Endocardite

A endocardite é uma infecção nas válvulas do coração e geralmente se desenvolve a partir de uma bactéria ou fungo que migra de outra parte do organismo para o coração pelo sistema sanguíneo.

Entre as causas do problema estão: bactérias e fungos vindos de cateteres ou agulhas, as infecções de pele e procedimentos dentais ou cirúrgicos.

Os principais sintomas da endocardite são: febre, cansaço, calafrios, sudorese, dor muscular e nas articulações, dificuldade de respirar, tosse persistente, perda de peso, tremores e manchas pela pele (vermelhas ou roxas).

O tratamento consiste no uso de medicamentos antibióticos intravenosos, do qual, a duração dependerá da intensidade da doença e do organismo do paciente. Em casos mais graves, pode ser indicado cirurgia.

Hábitos e comportamentos que afetam o coração

As ameaças que afligem o coração incluem o cuidado com a saúde mental, com o meio ambiente e com o corpo como um todo. Apesar da cardiologia ser uma especialidade da medicina, seu objeto de estudo faz parte de um todo que precisa ser visto como tal.

Por isso, as ameaças ao coração são, também, ameaças a um organismo inteiro. Entre os hábitos e comportamentos que afetam o coração estão: sedentarismo, má alimentação, obesidade, tabagismo e/ou excesso de álcool.

Doenças como gripe e pneumonia ou problemas de poluição ambiental e até sonora. Além de fatores psicológicos como ansiedade, depressão, estresse e cansaço.

Por este motivo, é importante ressaltar que, além de manter um estilo de vida saudável, não podemos deixar de fazer exames de prevenção.

Quando se deve buscar um cardiologista?

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O cardiologista deve ser consultado em duas situações: para prevenção ou tratamento de doenças cardíacas.

A prevenção é muito importante, dado o alto índice de mortes por doenças cardíacas e a maior incidência dessas doenças a partir dos 18 anos de idade.

A maior parte das doenças que afetam o coração podem ser melhor tratadas ou mesmo evitadas se o cardiologista for procurado periodicamente para exames.

No entanto, há a necessidade de se consultar um médico cardiologista sempre antes de iniciar qualquer atividade física regular ou antes da realização de qualquer cirurgia.

Quais os exames que se faz em Cardiologia?

O funcionamento do coração pode ser avaliado através de vários exames que devem ser indicados pelo cardiologista ou clínico geral de acordo com a história clínica da pessoa.

Alguns exames, como eletrocardiograma, raio X de tórax podem ser feitos de rotina com o objetivo de fazer o check-up cardiovascular, enquanto que outros exames, como cintilografia do miocárdio, teste de esforço, ecocardiograma, M.A.P.A e o Holter, por exemplo, são feitos quando há suspeita de doenças específicas, como angina ou arritmias.

Além disso, existem alguns exames de sangue que podem ser realizados para avaliar o coração, seja em casos de prevenção ou de cardiologia curativa.

Como ser um especialista em Cardiologia?

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Saber o que faz um cardiologista é importante para os estudantes interessados em ingressar no curso de Medicina e já sonham com a sua especialização após a graduação.

E se uma das suas opções é a cardiologia, veja abaixo tudo sobre a carreira do médico cardiologista.

Especialização em Cardiologia

Para atuar como cardiologista, primeiro é necessário ingressar no curso de medicina. A graduação é considerada a mais concorrida do país.

Após os seis anos de formação, o profissional deve realizar a residência médica em cardiologia.

A residência possui duração média de três anos e especializa o estudante para atuar como médico cardiologista.

Onde atua o cardiologista?

O cardiologista estuda as doenças que acometem o coração e os demais componentes do sistema circulatório. O especialista lida com o diagnóstico e tratamento das doenças do coração.

O profissional realiza consultas com o paciente, analisa o seu histórico familiar, solicita exames como eletrocardiograma e ecocardiograma e analisa os seus resultados.

Também é responsabilidade do cardiologista realizar intervenção cirúrgica, caso haja necessidade no caso apresentado. Para isso, o profissional precisa ser especializado em cirurgia cardiovascular.

Qual o salário de um cardiologista?

O salário do cardiologista varia a depender da região, da instituição de saúde na qual atua e da sua experiência e qualificação. Isso porque não há um piso salarial estabelecido para o profissional no país.

Segundo a Lei nº 3.999, de 15 de dezembro de 1961, qualquer médico, independente da área de atuação, deve ganhar ao menos três salários mínimos por 20 horas semanais de trabalho.  Já a Federação Nacional dos Médicos (Fenam) tem como recomendação um salário de R$ 11.675,00 por 20 horas semanais de trabalho.

De modo geral, um médico cardiologista pode ganhar de R$ 4.000,00 a R$ 9.000,00 mil. A remuneração pode ser ainda maior visto que os profissionais costumam trabalhar em diferentes locais.

Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC)

A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), tem atualmente um quadro de mais de 13.000 sócios e é a maior sociedade de cardiologia latino-americana, e a terceira maior sociedade do mundo.

É responsável pela organização do concurso de Título de Especialista em Cardiologia (TEC) e nas diversas diversas áreas de atuação da especialidade.

Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia

As diretrizes apresentam evidências relevantes para ajudar os profissionais da saúde a avaliar os benefícios e riscos de um determinado procedimento diagnóstico ou terapêutico.

Elas devem ser essenciais na tomada de decisão clínica diária. Trata-se de um documento que abrange um corpo de evidências.

Em um campo tão complexo e com rápidas mudanças como a cardiologia, as Diretrizes de Prática Clínica são ferramentas importantes para a aplicação de uma medicina baseada em evidências no atendimento ao paciente.

Devemos, porém, ressaltar que a aderência às mesmas varia muito, e que, alguns médicos têm preocupações acerca de que estes instrumentos caracterizam uma prática rígida ou simplificada da medicina.

Portanto, a implementação apropriada de diretrizes de atenção à saúde é de grande interesse para organizações nacionais, sociedades profissionais, prestadores de cuidados à saúde, responsáveis políticos, para o campo jurídico voltado à medicina, pacientes e o público em geral.

É possível conferir as Diretrizes estabelecidas pela Sociedade Brasileira de Cardiologia no site da instituição. 

Conclusão

É possível concluir ao ler este artigo que a Cardiologia é uma das áreas mais importantes da medicina, principalmente considerando o fator de doenças cardiovasculares serem as que mais matam atualmente no Brasil.

Destacamos aqui as doenças cardiovasculares mais comuns, tais como infarto, hipertensão, endocardite, insuficiência cardíaca e congênitas, além de seus principais sintomas e formas de tratamento. Fora isso, ressaltamos a importância de se manter hábitos saudáveis e praticar atividades físicas regularmente.

Saber o que faz um cardiologista é importante para os estudantes interessados em ingressar no curso de Medicina e já sonham com a sua especialização após a graduação. Por isso, abordou-se como funciona a especialização na área, atuação do cardiologista e salários.

Outro ponto abordado são as diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Onde, em um campo tão complexo e com rápidas mudanças como a cardiologia, as Diretrizes de Prática Clínica se tornam ferramentas importantes para a aplicação de uma medicina baseada em evidências no atendimento ao paciente.

Para saber mais sobre esta e outras áreas, acesse o blog da Sinaxys clicando aqui.

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