Escore de wells: Para quê serve, Como funciona e Vantagens

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O tromboembolismo pulmonar (TEP) é caracterizado pela impactação de um êmbolo no sistema arterial pulmonar. Tal êmbolo é resultado de um desprendimento total ou parcial de um trombo geralmente formado no sistema venoso profundo do paciente. E é aí que esntra o escore de wells.

É uma doença complexa que mesmo você lendo esta descrição ainda está complicado de entender, não é mesmo? Porém, não podemos deixar de ressaltar que este problema é muito comum e fatal, por isso seu diagnóstico precisa ser rápido para início o quanto antes do tratamento.

Mas calma que no artigo de hoje iremos te explicar um pouco mais sobre o assunto. Especificamente sobre uma forma inovadora, rápida e sem custos que se tornou a ferramenta mais utilizada no diagnóstico da doença: o escore de Wells.

O escore de Wells é uma ferramenta essencial, trata-se de um modelo de predição clínica, baseado em sinais e sintomas, fatores de risco e diagnósticos alternativos, estimando a probabilidade pré-teste para Trombose Venosa Profunda (TVP) e tromboembolismo pulmonar (TEP),

No entanto, apesar de muitas vantagens como baixo custo e rapidez, não é tão utilizada por médicos por gerar certas dúvidas na compreensão e uso da ferramenta.

Afinal, o que realmente é o escore de Wells? Para que serve? Que tipo de doença ele ajuda a identificar? Como ele funciona e se há limitações? Entre outros pontos a serem considerados.

Boa leitura!

O que é o escore de Wells?

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O que é um escore wells?

Resumidamente, o escore de Wells é uma ferramenta muito utilizada no diagnóstico de tromboembolismo pulmonar (TEP), de forma rápida e sem custos. Ele, no caso,  estima a probabilidade clínica do paciente de ter Tromboembolismo Pulmonar antes de realizar exames complementares.

É extremamente preciso sua utilização, considerando que o TEP é uma condição frequente, de manifestação clínica diversa e potencialmente fatal por atingir uma ou mais artérias pulmonares, bloqueando-as por um coágulo sanguíneo. Assim, sua identificação rápida evita uma possível evolução e piora do prognóstico.

Vale ressaltar que este escore de Wells considera os principais fatores de risco para o desenvolvimento do problema, sem usar exames complementares.

Para cada aspecto do escore é atribuída uma pontuação específica e a classificação do paciente se baseia nestes pontos, considerando a probabilidade clínica de ter TEP como alta, média ou baixa. A seguir você verá como este escore funciona!

Para que serve o escore de Wells?

Apesar de frequente, diagnosticar o  tromboembolismo pulmonar (TEP) segue sendo um grande desafio para a Medicina Moderna. Isso porque, estamos falando de um problema que possui uma variedade de sinais e sintomas como dores circunstanciais no peito, ao respirar e

palpitações ou ritmo cardíaco acelerado.

Além disso, trata-se de uma doença que não acontece apenas nas salas de emergência, ou seja, pode ocorrer como condição primária ou uma complicação em qualquer área médica.

Por conta da variedade de sintomas que pode apresentar e da pouca sensibilidade e especificidade nos exames de rotina, é necessário usar o escore de Wells para estimar a probabilidade clínica do paciente de ter Tromboembolismo Pulmonar antes de realizar exames complementares.

O escore de Wells é a ferramenta mais utilizada neste caso e abaixo você saberá como ela funciona.

O escore de wells ajuda a identificar que tipo de doença?

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Escore de wells ajuda em quais diagnósticos?

O escore de Wells, como você já deve ter notado, trata-se de um modelo de predição clínica, baseado em sinais e sintomas, fatores de risco e diagnósticos alternativos, estimando a probabilidade pré-teste para Trombose Venosa Profunda (TVP) e tromboembolismo pulmonar (TEP), ambas totalmente ligadas, pois trata-se de uma progressão do problema,

Entre os principais benefícios do uso do Escore de Wells, podemos citar: a facilidade da sua aplicação e o fato de não precisar de exames complementares e outros custos adicionais. Como verá mais abaixo detalhadamente.

Contudo, já que este é uma ferramenta que auxilia no diagnóstico do tromboembolismo pulmonar (TEP) e suas complicações e já sabemos que há muitos sinais que o este problema pode apresentar, quais fatores de risco o escore de Wells considera? Veja a seguir!

Quais os fatores de risco o escore de wells leva em consideração no diagnóstico?

A tromboembolismo pulmonar (TEP) pode apresentar diferentes e variados sintomas (como mencionamos por aqui), entre eles: dor torácica, dispneia súbita e hemoptise.

O tromboembolismo pulmonar (TEP) é a complicação aguda mais temível da trombose venosa profunda, sendo a causa de morte evitável mais comum no paciente hospitalizado.

Entre os fatores de risco para o Trombose Venosa Profunda (TVP) citamos: idade avançada, câncer, procedimentos cirúrgicos, imobilização, uso de estrogênio, gravidez e distúrbios de hipercoagulabilidade e hereditários ou adquiridos.

E no escore de Wells são utilizados fatores de risco como Trombose Venosa Profunda (TVP) e TEP prévios, frequência cardíaca > 100 bpm, cirurgia recente ou imobilização, sinais clínicos de Trombose Venosa Profunda (TVP), diagnóstico alternativo menos provável que tromboembolismo pulmonar (TEP), hemoptise (tosse com sangue) e câncer.

Claro que tudo vai depender do tipo de escore.

No escore de Geneva, por exemplo, temos além da cirurgia ou fratura recentes, tromboembolismo venoso ou pulmonar prévio e frequência cardíaca  entre 75- 94 bpm ou cima de 94 bpm, sintomas como dor unilateral ou em membro inferior, dor a palpação venosa profunda em membro inferior ou edema unilateral e idade acima dos 65 anos.

Saiba mais sobre como funciona o escore de Wells logo abaixo!

Quais as vantagens do escore de Wells na área médica?

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Vantagens do escore de wells

Bom, agora que você já sabe o que o escore de Wells, para o que realmente ele serve, que tipo de doença ele ajuda a identificar e quais os fatores de risco que o escore leva em consideração na hora do diagnóstico, deve estar se perguntando quais as vantagens de se utilizar esta ferramenta na área médica, certo? Pois bem, nós diremos!

Na verdade, o escore de Wells possui muitas vantagens na prática médica, não é à toa que esta é a principal ferramenta na estimação da probabilidade clínica do paciente apresentar tromboembolismo pulmonar (TEP).

Mas, afinal, porque utilizar este mecanismo de investigação na área médica? Logo a seguir você tem todas as respostas que está procurando!

A aplicação é rápida

O escore de Wells foi elaborado para ser uma ferramenta prática e rápida para os médicos usarem na estimação da probabilidade clínica do paciente apresentar tromboembolismo pulmonar (TEP), e podemos dizer que quem elaborou conseguiu o que queria.

Afinal, estamos falando realmente de uma ferramenta de aplicação rápida, que quando usada da forma correta pode ajudar o médico na investigação do problema do paciente.

Não possui custos

Por ser uma ferramenta que busca a praticidade, não utilizando de exames muito complexos (como verá abaixo), o escore de Wells é uma excelente alternativa para quem deseja reduzir custos.

É fato que a depender do resultado da pontuação, o paciente precisa realizar mais exames complementares para detectar o tromboembolismo pulmonar (TEP). Contudo, o uso do escore já auxilia muito na investigação.

É fundamental para evitar a utilização de exames mais complexos e caros

Essa conclusão foi baseada na diretriz de Embolia Pulmonar do American College of Physicians (2015), em tradução livre, Colégio Americano de Médicos.

De acordo com a diretriz o uso do escore de Wells é fundamental, pois não há a necessidade de exames complementares, complexos e, consequentemente, caros.

Entre estes exames, podemos citar: a tomografia computadorizada, realizada em pacientes com baixa suspeita de tromboembolismo pulmonar (TEP).

Como funciona o escore de Wells?

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Funcionamento do escore de wells

O escore de Wells foi descrito pela primeira vez em 1998, por Philip Steven Wells. Caracterizado como um escore de predição clínica baseado em parâmetros clínicos simples e não invasivos, ou seja, leva em conta os principais fatores de risco para desenvolvimento da tromboembolismo pulmonar (TEP). 

É uma ferramenta, que como tudo na Medicina, tem evoluído com o tempo e foi validado para  determinar a probabilidade pré-teste para suspeita de Embolia Pulmonar aguda.

O escore de Wells funciona da seguinte forma: há pontuações para sete variáveis e para cada aspecto do escore é atribuída uma pontuação específica, que segue a seguinte forma:

✓ 3 PONTOS

  • Suspeita de Tromboembolismo Venoso;
  • Diagnóstico alternativo menos provável que tromboembolismo pulmonar (TEP).

✓ 1,5 PONTOS

  • Imobilização ou cirurgia nas últimas quatro semanas;
  • Frequência cardíaca > 100 bpm;
  • Histórico anterior de tromboembolismo venoso ou pulmonar.

✓ 1,0 PONTOS

  • Hemoptise (pequenas quantidades de sangue misturadas com escarro ou, em casos mais graves, decorrente de uma forte tosse);
  • Câncer ;

A partir desta classificação, podemos definir a probabilidade do paciente de TEP como:

✓ Baixa probabilidade: 0-1 pontos

✓ Probabilidade intermediária: 2-6 pontos

✓ Alta probabilidade: ≥ 7 pontos

Após a somatória final e definida a probabilidade entre baixa, intermediária ou alta, segue a investigação diagnóstica. Pacientes de baixo risco devem realizar o D-dímero e, em caso negativo, descarta-se a probabilidade de TEP. Porém, aqueles com risco intermediário a alto devem ser submetidos a exames de imagem.

Contudo, é importante destacar que este escore de Wells possui certas limitações como toda ferramenta e versões diferentes, algumas mais simplificadas.

Quais limitações a ferramenta escore de wells apresenta?

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Limitações da ferramenta.

Como nem tudo é perfeito e como qualquer outra ferramenta, o escore de Wells possui vantagens e desvantagens e talvez a maior desvantagem sejam suas limitações de uso, além, é claro, de poder causar certa confusão na cabeça dos médicos, o que faz com que muitos não utilizem deste sistema de investigação de tromboembolismo pulmonar (TEP).

De acordo com Sérgio Saldanha Menna-Barreto, em seu livro Tromboembolia Pulmonar (2009): “as limitações dos escores são várias. Os escores não são ferramentas de rastreamento de TEP, mas de qualificação da suspeita, isto é, partem de suspeita […]” 

Por fim, temos as limitações que o escore de Wells apresenta.

A primeira delas a gente acabou de falar mais acima, que é sobre a pontuação atribuída ao item “Diagnóstico alternativo menos provável que TEP”. Você reparou? Se não, volte e dê uma olhada! Parece um pouco subjetivo, não é mesmo? E por isso pode variar conforme quem está realizando.

Ou seja, o fato do critério ser considerado subjetivo faz com que os resultados flutuam a depender do médico que estiver aplicando o escore. Esta pode ser a principal razão pela qual muitos profissionais da saúde evitem usar a ferramenta de escore de Wells em seus pacientes.

Qual é a versão simplificada do Escore de Wells?

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Versão simplificada da ferramenta.

Apesar da validação dos critérios de Wells, há médicos que não usam esta ferramenta ou usam de forma incorreta. Isso ocorre por razões desconhecidas.

Estima-se, segundo a Medway, que os profissionais da saúde utilizam a ferramenta de forma errônea em até 80% dos pacientes, com ressalva nos casos de idosos e gravemente enfermos, visto que estes não podem receber um cálculo tão preciso.

E sim, como você pode ter notado acima o escore Wells não é perfeito, na verdade, nenhum sistema é e ele possui suas limitações.

Em decorrência destes números citados e de os médicos encontrarem dificuldades na utilização do escore de Wells, outros escores foram criados a fim de simplificar e facilitar a sua utilização na prática clínica. Veja abaixo como funciona!

De acordo com a versão simplificada do escore de Wells, nós temos 1 PONTO para tudo e não mais a distribuição entre 3 pontos, 1,5 pontos e 1,0 ponto como no original.

E seguindo esta classificação consideramos

✓ Escore de 3 níveis – baixa: 0-1; intermediária: 2-4 e alta: ≥5;

Escore de 2 níveis – TEP improvável: 0-2 e TEP provável ≥3.

Como você pode ver, houve uma mudança nas pontuações como maneira de simplificar a compreensão. No entanto, a investigação segue praticamente da mesma forma.

Pacientes com baixo risco e/ou TEP improvável devem realizar o D-dímero e, em caso negativo, descarta-se a probabilidade de TEP. Enquanto que aqueles com TEP provável e/ou risco intermediário a alto devem ser submetidos a exames de imagem.

Vale destacar ainda que há o escore de Geneva, que traz outras possibilidades/sintomas de classificação, pontuações de 1 a 2 e apenas a probabilidade clínica como TEP improvável e provável. Confira todas estas tabelas clicando aqui. 

Quem pode trabalhar com o Escore Wells?

Profissionais que lidam com doenças pulmonares como o médico pneumologista. Este especialista é o mais indicado é o que possui maior experiência para diagnosticar e tratar um paciente com tromboembolismo pulmonar (TEP), embolia pulmonar, entre outros problemas.

Desta forma, é fácil concluir que este profissional é quem pode usufruir das vantagens da ferramenta escore Wells, que o ajudará a diagnosticar o problema sem a necessidade de exames complementares, de forma rápida e prática.

Há discussões sobre a aplicação dos escores de Genebra e de Wellls por enfermeiros. O Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (COREN-SP), por exemplo, tem sua solicitação de parecer quanto à capacidade técnica para aplicação dos escores de avaliação de probabilidade para Tromboembolismo Pulmonar (TEP), pelo profissional Enfermeiro

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Empregos na área da saúde.

Obviamente que após a leitura de todo este artigo, você já deve ter percebido que o escore de Wells é uma ferramenta extremamente útil, especialmente no diagnóstico de tromboembolismo pulmonar (TEP), mesmo que tenha limitações e possa parecer complexa demais para os médicos.

Mas sabe qual ferramenta é tão prática e rápida quanto o escore de Wells? O aplicativo e site da Sinaxys! Afinal, este site traz de tudo um pouco para dinamizar a carreira dos profissionais da área da saúde.

Além disso, é uma ótima forma para você que busca por boas oportunidades na área médica e odontológica, em diferentes estados do país. Não importa se você é experiente na área médica ou está ainda trilhando o seu caminho, a Sinaxys te ajuda a encontrar a vaga ideal para o seu perfil.

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Conclusão

Os distúrbios tromboembólicos representam um desafio à medicina moderna. Isso porque, apesar de existir um grande e considerável avanço nos diagnósticos e terapêutica de diversas patologias, decorrente das novas tecnologias e inovações na área médica, vemos um aumento de tempo restrito a leitos e procedimentos invasivos.

Contudo, é graças a esses avanços tecnológicos que temos como garantia diagnósticos mais precisos e rápidos, resultando em tratamentos mais avançados e uma melhor qualidade de vida aos pacientes e uma saúde melhor a cada dia.

O escore de Wells é um modelo prático de predição clínica, baseado em sinais e sintomas, fatores de risco e diagnósticos alternativos, estimando a probabilidade pré-teste para Trombose Venosa Profunda (TVP) e Tromboembolismo Pulmonar (TEP). 

Pode parecer complicado, por isso temos outras opções de escores para uso como de Geneva e um modelo mais simplificado. Assim, seu uso se amplia entre os médicos e os diagnósticos são feitos com maior precisão.

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