A palavra startup tornou-se sinônimo de empreendedorismo e vem sendo cada vez mais utilizada no mercado brasileiro de negócios, até mesmo na área de health tech.
Algumas delas já se tornaram case de sucesso e somam uma rentabilidade digna de grandes empresas já renomadas no país. Aplicativos como Uber, Airbnb, Instagram e Pinterest já foram startups e hoje seguem no mercado como companhias milionárias.
O Brasil tem mais de dez startups com valor de mercado de pelo menos US$ 1 bilhão. E a lista não para de crescer: ao menos 17 startups são candidatas a atingir o status de unicórnio, ou seja, aquelas que se destacam no segmento e estão prestes a se tornar empresas de fato.
Recém chegada ao mercado, a Health Tech, promete ser a próxima onda de startups com tendência global e espera receber aporte de até R$ 9 milhões da KPTL e Interplayers até o final de 2021.
Tamanho sucesso se deve, segundo os especialistas, ao fato de que a maioria das doenças são similares em qualquer país, são soluções que podem ser facilmente levadas de um país para outro, ou seja, possuem alta escalabilidade.
No artigo a seguir, veremos a importância das startups e como a Health Tech e quais suas áreas de desenvolvimento. Acompanhe.
O que é health tech?
As health techs são startups que desenvolvem soluções com foco no setor de saúde, com forte base tecnológica, promovendo serviços e produtos escaláveis e replicáveis, com o objetivo de impactar milhares de pessoas, podendo inclusive ganhar proporções mundiais.
Principalmente nos últimos meses de pandemia, as startups relacionadas às soluções de saúde têm ganhado destaque no mercado devido à tecnologia aplicada ao seu desenvolvimento.
Neste período, as health techs no Brasil e no mundo, inclusive, foram cruciais para dar suporte à população no combate à Covid-19.
A nomenclatura foi inspirada no termo em inglês, traduzido como saúde e tech, de tecnologia e demonstra exatamente o foco principal destas empresas: facilitar e dar suporte a toda cadeia do setor de saúde no país e no mundo, prestando serviços à empresas que vão desde clínicas médicas a hospitais.
Esses projetos nascem, geralmente, a partir de uma ideia inovadora com potencial risco e costumam atuar com uma estrutura básica, focada em testes iniciais de execução. Portanto, as startups, em sua maioria, possuem em seu organograma perfis jovens.
Outra característica é o recebimento de fundos de Venture Capital para darem suporte ao crescimento acelerado e intenso que se espera dessas empresas.
O crescimento de startups deste segmento é impressionante: desde 2014 foram investidos US$ 430 milhões nas health techs brasileiras, ao longo de 189 rodadas de Venture Capital.
Em comparação com outros modelos, esse número ainda é pequeno, apesar do potencial crescimento. As fintechs brasileiras, por exemplo, receberam mais de 2,4 bilhões desde 2015, em mais de 200 rodadas de investimentos mapeadas.
Para que serve uma health tech?
De forma geral, uma health tech chega ao mercado para revolucionar e solucionar eventuais problemas em sistemas da área de saúde no país, pois ela introduz novas tecnologias em três diferentes etapas do setor da saúde: prevenção, diagnóstico e tratamento.
Ou seja, procura aprimorar todas as ferramentas e procedimentos usados pelos médicos.
Elas também possuem a função de simplificar a gestão de unidades de saúde, possibilitando ações resolutivas das lideranças e desenvolvimento dos colaboradores aplicando processos mais eficientes e humanizados.
Segundo dados divulgados pelo Sebrae, o mercado de saúde brasileiro movimentou R$ 546 bilhões em 2016, o que correspondeu a 9,1% do PIB total naquele ano.
O envelhecimento da população brasileira é outro fator que contribui para o aumento das startups health tech no país, pois tem relação com a prevenção e autocuidado para se chegar à terceira idade com qualidade de vida.
O fato de que as pessoas estão chegando à velhice denota uma elevação no número de pacientes que utilizam os sistemas de saúde – sejam públicos ou privados, bem como o aumento de doenças como diabetes e hipertensão relacionadas à idade.
Além disso, gestores de saúde, de clínicas ou hospitais, passaram a criar demandas relacionadas à capacitação dos seus colaboradores em diversas frentes, desde administração até assuntos mais técnicos, como a manipulação de equipamentos médicos.
Quais são as áreas de desenvolvimento das health techs?
As health techs têm um papel essencial na humanização do atendimento entre médico e paciente ou, ao menos, ao que se espera dele nos próximos anos para que seja possível transformar o relacionamento entre as partes, reformulando modelos de negócios.
A seguir é possível elencar algumas frentes na qual a atuação das startups estão diretamente ligadas. Vejamos:
Prevenção e diagnóstico
Como dissemos, a medida em que a população envelhece carece de mais atendimento médico devido às eventuais doenças ligadas ao avanço da idade.
Atuar na prevenção e diagnóstico, evitando o surgimento de doenças é uma ação muito menos onerosa do que tratá-la após se desenvolver no corpo do paciente.
Este fator é uma das grandes apostas deste mercado e bem quista pelos gestores de saúde atualmente, especialmente também com o avanço da tecnologia. São funcionalidades disponíveis pelas startups que estão relacionadas ao tratamento do paciente e seu vínculo com o médico.
Possibilitar a qualidade do atendimento e primar pelo relacionamento entre médico e paciente começa na etapa de diagnóstico, bem como ao acompanhamento do tratamento.
Com a tecnologia empregada pelas startups é possível que o médico preste um serviço mais rápido e eficaz, sem a necessidade de aguardar por exames superficiais.
Gestão e eficiência
Oferecer uma alternativa fácil e otimizada dos seus serviços de saúde e que aprimore os sistemas de gestão dos médicos proporcionando eficiência ao atendimento também é uma das tecnologias empregadas pelas startups em seus negócios.
Equilibrar os custos versus prestar um atendimento de qualidade também está relacionado à eficiência dos serviços prestados. Nessa discussão, as startups entram com as ferramentas tecnológicas integradas em cada etapa da jornada do paciente.
Assim, é possível tornar a assistência médica em geral um serviço mais acessível a um maior número de pessoas, diminuindo as filas de espera e aumentando a qualidade do atendimento.
Com o auxílio de Inteligência Artificial, empregada pelas startups, que encurta o tempo de diagnóstico, é possível também melhorar a análise preditiva do paciente e possibilitar tratamentos instantâneos.
Tratamento
Além de humanizar a relação entre médico e paciente, existem algumas health techs que atuam diretamente com o tratamento dos pacientes com soluções tecnológicas variadas. A exemplo disso, citamos a telemedicina, tão utilizada nos meses em que o mundo passa pela pandemia do coronavírus.
E neste assunto, as health techs atuam com diferentes plataformas, como os sistemas robóticos que auxiliam (ou de fato se encarregam) de procedimentos cirúrgicos. Outro ponto são as próteses inteligentes, bem como os exoesqueletos, que cada vez mais avançam na questão de usabilidade e acessibilidade.
Importância da health tech para o setor
A tecnologia está aí para abastecer toda uma cadeia de serviços e a medicina é tão necessária na vida de qualquer pessoa quanto a tecnologia. Então, por que não se unirem a favor do atendimento de qualidade e realmente eficaz?
É nisso que as startups health tech atuam: para fornecer uma alternativa fácil e otimizada dos serviços de saúde. E, ao mesmo tempo, que gere uma receita maior ao final dos processos de atendimento.
Ferramentas tecnológicas estão sendo integradas em cada etapa da jornada do paciente, de forma a potencializar duas coisas: qualidade e eficiência.
Os atendimentos conduzidos pela inteligência artificial agregam valor ao atendimento ao passo que encurtam o tempo de diagnóstico, viabilizando o tratamento e deixando-o mais eficaz.
Como a health tech gera valor?
Segundo as estatísticas do Statista, o investimento e desenvolvimento de tecnologias aplicadas para a saúde será de 29 mil milhões de dólares.
Em 2017, dez das maiores empresas de tecnologia dos Estados Unidos estiveram envolvidas em negócios de private equity na área de healthcare que chegaram a 2,7 bilhões de dólares.
Ou seja, a tecnologia está tanto para a saúde quanto para os negócios. É aí que entra a geração de valor pelas startups health tech. Por estarem ligadas à tecnologias que servem de base para o desenvolvimento de soluções inovadoras, o aporte empresarial é muito maior.
Alguns aspectos são premissas para que as health tech gerem valor para os seus clientes.
Entre eles, são atribuições das startups tarefas funcionais, que se resumem a solucionar problemas específicos dos clientes, seja adquirir um bem ou conquistar novos clientes; tarefas sociais que despertam o interesse e o desejo do cliente em usufruir dos serviços.
E, por fim, tarefas emocionais que além de despertar o desejo do cliente, criam um vínculo emocional com ele e proporcionam uma sensação de segurança ao usufruir de determinado serviço.
Como as grandes corporações podem aprender com as health techs?
Grandes empresas podem se inspirar no serviço prestado pelas startups, principalmente em relação à aplicação da tecnologia na solução dos negócios.
Isto porque, quando o segmento é o de saúde, geralmente, o custo dos serviços são altos e o resultado da atuação das health techs se baseiam em otimizar os custos.
Ao usar a tecnologia para identificar desperdícios e produzir soluções que barateiam o processo de gestão, as health techs otimizam áreas que não são afetadas pelos cortes de verba e podem se beneficiar com os novos métodos.
Especialistas apontam que as health techs atuam como um atalho das inovações para as grandes empresas , pois oferecem, muitas vezes a baixo custo, soluções que o grande empresário gastaria um valor muito alto para aplicar em sua organização.
Mercado da health tech
Em plena expansão, principalmente depois da pandemia do novo coronavírus, o surgimento das health techs no Brasil tem ganhado olhares dos mais variados gestores de saúde do país.
O fato de que a qualidade de saúde no país é uma situação questionável há muitos anos devido à dificuldade de acesso pela população, ineficiência do atendimento, altos custos, entre outros fatores, têm fortalecido o crescimento das startups dessa área.
Entre 2010 e 2017, o investimento nesse ramo aumentou cerca de 90%. Só no Brasil, 288 startups têm investido em saúde, com presença de mais de 64% no Sudeste. Essas informações são de um relatório publicado pela consultoria KPMG.
O setor foi o segundo maior segmento na economia em 2017, com os melhores números em crescimento na América Latina, tendo atingido 250% a mais que o ano anterior.
O motivo é real: esse mercado se divide em três principais aspectos, prevenção, diagnóstico e tratamento, possibilitando aos empreendedores uma gama enorme de soluções a serem criadas.
Tipos de produtos de health tech
Focadas na prevenção e, consequentemente, na redução dos custos dos serviços de saúde, as health techs estão empenhadas em oferecer um acompanhamento mais atencioso da saúde antes de os sintomas aparecerem.
E isto, tem sido motivo de destaque no mercado, ao passo que novas soluções que facilitam o acesso aos cuidados médicos são criadas e o monitoramento de dados em relação ao próprio corpo é mais desenvolvido.
Neste cenário, a expectativa é a mais otimista entre os especialistas: espera que em pouco tempo o Brasil se torne um do principais países nesta oferta de serviço, pois a previsão é que o crescimento nas tecnologias preventivas chegue a 12% até 2024, atingindo o valor aproximado de US$ 432,4 bilhões internacionalmente.
Atualmente, algumas startups já se destacam no país oferecendo diversos tipos de produtos, entre eles: atendimento em hospitais, facultativo médico e usuário/paciente com
Marketplace, venda direta (serviço/produto), e-commerce, entre outros.
Plataformas de health tech
Como já dissemos, o mercado de health tech se divide em 3 grandes blocos: prevenção, diagnóstico e tratamento e podem estar em diferentes plataformas, focos de negócios e modelos de negócios. Vejamos a seguir:
- AI e Big Data;
- Reconhecimento de imagens, facial e voz;
- Monitoramento de Sensores;
- Realidade Virtual;
- Nanotecnologia;
- Robótica.
Health techs como uma tendência mundial
Apontadas como plataformas que oferecem soluções inovadoras na área da saúde, as startups contribuem para atender a uma demanda de mercado cada vez maior, o que as tornam tendência mundial.
Além disso, elas modernizam ações de saúde e, também, atacam dores que métodos convencionais não conseguem, possibilitando a união de grandes hospitais e startups para inovar o setor.
Dessa maneira, esse setor do mundo das startups só cresce. Em 2018, o número de health techs era de 288 no Brasil, em 2019, o índice passou para 386.
Crescimento das health techs no Brasil
Assim como no mundo, as startups têm apresentado grande crescimento nos últimos anos.
Segundo dados da Conta-Satélite de Saúde Brasil 2010-2015, divulgados pelo IBGE no fim de 2017, o consumo final de bens e serviços de saúde no país cresceu e atingiu R$ 546 bilhões, o equivalente a 9,1% do PIB.
Startups brasileiras de health tech que vêm se destacando no mercado
Algumas startups brasileiras de health tech têm se destacado no mercado brasileiro, principalmente, por oferecerem soluções inovadoras no que diz respeito ao atendimento à saúde.
Entre elas:
- Labi: startup de laboratório de exames e análises clínicas que atua com lojas físicas e entrega domiciliar, além de praticar bons preços a fim de ampliar o acesso a diagnósticos de qualidade.
- CM Tecnologia: com uma de conectar os sistemas de saúde, a solução da healthtech conecta grandes players, como plataformas de telemedicina e prescrição eletrônica ao ERPs utilizados por hospitais e laboratórios. Ou seja, garante uma integração de dados e protege as informações de pacientes, dentre outros.
- Zenklub: a startup disponibiliza diversas trilhas de desenvolvimento pessoal e também conecta seus usuários com profissionais de saúde mental.
- MediPreço: a startup transforma a cadeia tradicional de medicamentos e permite que colaboradores comprem remédios e produtos farmacêuticos a preço de fábrica. Além disso, também trabalha com os times de RH para ações preditivas e saúde corporativa.
- Pixeon: oferece um software de gestão para hospitais, centros de diagnóstico por imagem, laboratórios e clínicas. A empresa tem apostado na compra de outras startups healthtech, como a LabLink, a MedicWare e a Digitalmed.
Conclusão
Como vimos, as health techs são startups que se destacam cada vez mais no mercado e tornam-se tendência mundial à medida em que desenvolvem soluções que, além de baratear os custos de saúde, otimizam os atendimentos e possibilitam a humanização do atendimento, melhorando a relação entre médico e paciente.
Afinal, tanto para o médico que atua nas clínicas, quanto grandes gestores de instituições Brasil afora, estar preparado para as mudanças na área da saúde, principalmente depois da pandemia do novo coronavírus, é um caminho praticamente obrigatório.
É nessa necessidade de inovação que as health techs atuam: transformação digital e tecnológica com serviços inovadores e otimizados para diversos setores da saúde.
Se ainda há dúvidas sobre a atuação das startups na área da saúde, fale com a Sinaxys, os especialistas poderão sanar todas os questionamentos acerca do assunto.