O mapa de risco hospitalar é uma estratégia criada para proporcionar mais segurança no dia a dia de funcionários, pacientes e todos que frequentam o ambiente hospitalar.
Ele nada mais é que uma representação gráfica que mostra quais os principais fatores de risco dentro de cada setor da instituição de saúde, facilitando a prevenção de acidentes e ajudando a manter a segurança de todos.
Não por acaso, ele é item obrigatório para que a instituição funcione adequadamente e dentro das leis.
Se você quer entender melhor o que é, como funciona e como montar um mapa de risco hospitalar, continue a leitura, pois explicaremos todos os detalhes a seguir.
O que é e para que serve o mapa de risco hospitalar?
O mapa de risco hospitalar é uma representação gráfica que serve para mapear áreas onde há ameaças, representando-as com círculos de cores e tamanhos variados.
Ele ajuda que os funcionários do hospital tenham uma melhor percepção sobre o grau de risco à saúde de profissionais e pacientes que transitam em determinado ambiente, mostrando onde existem mais perigo e risco de acidentes.
Dessa maneira, o mapa de risco hospitalar possibilita que a equipe tome as medidas preventivas necessárias para evitar tais problemas, tornando-se um mecanismo fundamental para a segurança do trabalho em organizações de saúde.
Não à toa, ele é item obrigatório para esse tipo de estabelecimento, e pode apontar riscos tal qual a presença de equipamentos perigosos que podem prejudicar a saúde em caso de exposição contínua, o mau uso de técnicas ou, até mesmo, turnos muito longos.
Importância do mapa de risco hospitalar
Como comentamos anteriormente, o mapa de risco hospitalar serve para identificar os pontos suscetíveis a ameaças e riscos à segurança dos profissionais e pacientes de uma organização de saúde. Isso, por si só, já é de suma importância. Mas tem mais.
O mapa também é essencial para regularizar as instituições médicas, já que está previsto na norma regulamentadora nº 5 do Ministério do Trabalho, que desde 1994 incluiu o mapa de riscos nas atribuições da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), e determinou que fossem ouvidos trabalhadores de todos os setores do estabelecimento para sua elaboração.
Outro ponto a ser ressaltado é a importância do documento para a conscientização das equipes de trabalho, já que, assim, conseguem visualizar melhor as situações de risco e preveni-las.
O mapa deve ser colocado em um lugar visível e de fácil acesso a todos os funcionários, como um mural, por exemplo, e é importante destacar que as organizações de saúde que não aplicarem corretamente o documento podem sofrer punições dos órgãos regulamentadores.
Quem deve elaborar o mapa de risco hospitalar?
O mapa de risco hospitalar deve ser elaborado pela Comissão Interna de Prevenção de Acidentes com a colaboração do SESMT (Serviços Especializados em Segurança e Medicina do Trabalho) e ouvindo trabalhadores de todos os setores da instituição, de acordo com a Portaria SSST nº 25.
Outra opção é a contratação de empresas terceirizadas em medicina e segurança do trabalho, trazendo mais eficiência na elaboração do documento.
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O que deve constar no mapa de risco?
De acordo com a Portaria SSST nº 25, no mapa de risco devem constar
- O grupo a que pertence o risco, de acordo com a cor padronizada previamente;
- O número de trabalhadores expostos ao risco anotado dentro dos círculos correspondentes;
- A especificação do agente causador do risco (como substâncias químicas, aparelhos que emitem radiação ou agentes biológicos);
- A intensidade do risco, de acordo com a percepção dos trabalhadores, representada pelo tamanho dos círculos (quanto maior o diâmetro, maior o risco).
Quais são as ameaças mostradas no mapa?
O mapa de risco hospitalar apresenta círculos de cores variadas (verde, vermelho, marrom, amarelo e azul), assim como tamanhos variados.
O tamanho serve para diferenciar a intensidade do risco, ou seja, quanto maior o círculo, maior o risco naquela área; e as cores representam as diferentes naturezas do risco, podendo ser físico, químico, biológico, ergonômico ou mecânico.
Veja abaixo o que indica cada uma dessas cores.
Grupo 1: Verde – Risco Físico
O círculo na cor verde representa que o local apresenta risco físico, como, por exemplo:
- Alta vibração;
- Radiação;
- Ruídos de alta intensidade;
- Temperaturas extremas (muito alta ou muito baixa);
- Pressão anormal;
- Umidade excessiva.
Grupo 2: Vermelho – Risco Químico
Já a cor vermelha indica que ali existe risco químico, o que significa:
- Gás;
- Pó;
- Neblina;
- Poeira;
- Vapor;
- Névoa;
- Fumaça
- Ou outras substâncias químicas que podem ser prejudiciais à saúde se inaladas pelas pessoas.
Grupo 3: Marrom – Risco Biológico
O círculo de cor marrom mostra a ocorrência de risco biológico, ou seja:
- Bactérias;
- Fungos;
- Parasitas;
- Protozoários;
- Vírus;
- Ou qualquer tipo de microorganismo que apresente potencial de fazer mal à saúde.
Grupo 4: Amarelo – Risco Ergonômico
O círculo de cor amarela se relaciona com o modo em que as atividades são desenvolvidas. Ou seja, mostra a existência de riscos ergonômicos, capazes de causar estresse físico e/ou mental por esforço inadequado ou intenso. Veja exemplos:
- Esforço excessivo;
- Má postura;
- Carregamento de peso;
- Ritmo excessivo;
- Trabalho noturno;
- Jornadas de trabalho muito longas;
- Repetitividade;
- Realização de tarefas prolongadas sem intervalo;
- Dentre outros.
Grupo 5: Azul – Risco Mecânico
O círculo de cor azul representa a existência de risco de acidentes causados por motivos mecânicos, ou seja, estruturas defeituosas, antigas e perigosas. Por exemplo:
- Explosões;
- Choques;
- Inundações;
- Incêndios;
- Quedas;
- Falta de equipamento de proteção individual;
- Iluminação inadequada;
- Instalação elétrica com defeito;
- Dentre outros.
Como fazer um mapa de risco hospitalar?
De acordo com a Portaria SSST nº 25, algumas fases devem ser cumpridas para a elaboração de um mapa de risco adequado.
A primeira parte é obter a planta do local, com detalhes sobre toda a extensão da organização de saúde. Depois, é o momento de analisar os dados estatísticos para encontrar as ameaças e riscos. Então, serão colocados os círculos no mapa com suas respectivas cores e legendas.
Veja abaixo cada fase para fazer um mapa de risco hospitalar.
Análise do local
Com a planta do local em mãos, a primeira coisa a se fazer é uma análise da estrutura da instituição e de sua rotina de trabalho.
Dessa maneira, é preciso verificar cada ambiente, como salas de atendimento, salas de exames, salas de cirurgia, leitos, espaços onde ficam armazenados máquinas, equipamentos e insumos.
A fase de análise também envolve dados sobre os trabalhadores que compõem a equipe, tais como:
- Quantidade;
- Idade;
- Gênero;
- Formação acadêmica;
- Especializações;
- Capacitação e treinamentos de segurança;
- Atividades exercidas.
Identificação e Classificação dos Riscos Existentes
Após a realização da análise do local, é hora de identificar e classificar os riscos do ambiente. Essa fase também deve ser embasada na classificação de segurança do trabalho da Portaria SSST nº 25.
Como comentamos anteriormente, os riscos são divididos em cinco categorias de acordo com sua natureza: físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e mecânicos. Nessa fase, será possível visualizar melhor onde se concentram os riscos de cada categoria e sua intensidade.
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Definição de medidas preventivas
Após identificar e mapear as áreas e seus riscos, a equipe poderá partir para a fase seguinte, que é definir as medidas preventivas de acordo com a necessidade de cada setor.
As medidas recomendadas pela Portaria SSST nº 25 são:
- Medidas de proteção coletiva;
- Medidas de organização do trabalho;
- Medidas de proteção individual;
- Medidas de conforto e higiene, como banheiros, refeitórios, área de lazer, etc.
Identificação dos indicadores de saúde da instituição
Nesta fase, a equipe responsável deverá identificar os indicadores de saúde realizando coleta e análise de todo o histórico de casos de doenças provenientes do ambiente de trabalho inapropriado. Assim, devem ser analisados os seguintes pontos:
- Reclamações recorrentes entre os funcionários;
- Tipos de acidentes de trabalho mais comuns entre os colaboradores;
- Doenças de caráter ocupacional;
- Causas que levam os funcionários a faltarem ou tirarem licenças de trabalho.
Faça a representação gráfica
Finalmente, é hora de reunir todas as informações coletadas e fazer a representação gráfica do mapa de risco.
Agora é hora de colocar em prática o que aprendemos a respeito do uso de círculos coloridos para identificar os riscos, sua intensidade e onde estão localizados.
Além da representação com cores e tamanhos variados, os círculos também precisam informar a quantidade de trabalhadores do local demarcado.
Veja abaixo um exemplo de mapa de risco hospitalar.
Fonte: https://pt.slideshare.net/EdmilsonPachco/anlise-de-riscos-em-um-ambiente-hospitalar
O que é classificação de risco em urgências e emergências?
A Classificação de Riscos em Unidades de Urgência e Emergência tem como objetivo avaliar e identificar os pacientes que necessitam de atendimento prioritário de acordo com a gravidade do problema, o risco que oferece à saúde do sofrimento pelo qual ele está passando.
Diferente do mapa de risco, essa ferramenta é voltada ao paciente, e não ao hospital ou clínica. Ela ajudará a dar prioridade ao atendimento após a avaliação de um profissional, seja médico ou enfermeiro.
Protocolo de Manchester
O principal modelo de classificação de risco em urgência ou emergência usado no Brasil é o Protocolo de Manchester.
Esse protocolo foi criado na Inglaterra, em 1996 e classifica o paciente a partir de cinco diferentes níveis representados por cores:
- Vermelho: alto risco de morte;
- Laranja: casos graves e com urgência;
- Amarelo: casos de gravidade moderada;
- Verde: casos de urgências menores;
- Azul: casos sem urgência.
Para utilizar o Protocolo de Manchester em uma instituição de saúde é preciso ter autorização e profissionais certificados pelo Grupo Brasileiro de Classificação de Risco (GBCR).
Acolhimento com Classificação de Riscos (ACCR)
O Acolhimento com Classificação de Riscos (ACCR) ampliou o olhar sobre os protocolos de classificação de urgência. Isso porque ele foi estabelecido como ferramenta de humanização pela Política Nacional de Humanização do Ministério da Saúde.
Veja abaixo quais são os critérios usados pelo ACCR:
- Apresentação da doença;
- Sinais de alerta (desmaio, tipo de dor, febre alta, alteração cutânea, choque, desorientação etc.);
- Queixa principal;
- Avaliação inicial de pontos importantes (doenças preexistentes, idade, escala da dor, dificuldade de comunicação etc.);
- Reavaliação de cada caso de forma constante, já que a classificação pode mudar.
A ideia é atender os pacientes de uma forma mais acolhedora, em busca de resultados mais satisfatórios para o mesmo.
Acolhimento e Classificação de Risco em Urgência e Emergência (ACCRO)
Esta é a mesma classificação do tópico anterior, porém aplicada na área obstétrica. O ACCRO tem o objetivo de tornar o atendimento à gestante mais humanizado, baseado em evidências científicas e profissionais qualificados.
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Conclusão
O mapa de risco hospitalar é uma ferramenta de segurança do trabalho pensada para identificar os principais riscos presentes no dia a dia de uma instituição de saúde, sejam eles físicos, químicos, biológicos, ergonômicos ou mecânicos.
Com essa identificação, é possível prever as principais causas de acidentes e problemas que podem afetar a saúde física e mental de colaboradores e pacientes e, dessa maneira, se torna mais fácil prevenir que elas aconteçam.
O mapa deve ser feito com base na Portaria SSST nº 25 e ficar em um local visível e de fácil acesso aos funcionários da clínica ou hospital
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